Falar de envelhecimento ativo e saudável já faz parte dos temas tão abordados e necessários de saúde, afinal com o advento da longevidade temos a constatação de que esta fase da vida são resultados das escolhas feitas ao longo de todas as fases que a antecederam. Mas nunca é tarde para se pensar em qualidade de vida e propósito de vida.
Há de se considerar as mudanças biológicas naturais desta fase para que se possa buscar um cotidiano compatível com as possibilidades e atuais potencialidades. Para que não fique a marca de perdas e rupturas, e sim de reconstrução.
A geração dos cabelos prateados tem buscado sua valorização e participação ativa em diferentes lugares da sociedade. Começando dentro de casa.
Diante de dificuldades e limitações, são comuns as abrupta restrição de circulação e participação social, quebra de compromissos, e empobrecimento de repertório sócio-ocupacional. Gerando impacto direto em aspectos motores, cognitivos e emocionais.
Por isso, é muito importante que pessoas próximas a estes idosos o ajudem a fortalecer sua rede de suporte para enfrentamento destas dificuldades, conciliando estímulos à qualidade de vida e propósito de vida.
Pensando nisso, separamos algumas dicas bem coringas:
Elabore uma rotina variada
Monte uma programação variada com horários determinados. Organize momentos para acordar, comer e dormir, aproveitando ao máximo a luz natural. Isso ajudará em aspectos cognitivos e metabólicos.
Dentre as atividades que executará, deixe bem marcado o tema de cada dia, por exemplo: leituras de terça-feira e quinta-feira, artesanato de segunda e quarta-feira, jardinagem de sexta- feira, culinária e filmes aos finais de semana. Assim, é possível enriquecer os dias, garantindo variedade e desafios.
Valorização biográfica
O idoso precisa que seja valorizada sua história de vida, com enaltecimento de conquistas, sabedorias e desafios superados. Rever fotos, montar álbuns temáticos com legendas e uma linha do tempo, ser consultado para receitas e orientações, promover a intergeracionalidade, e etc. podem ser algumas dicas.
Desafios
Busque elementos que lhe tragam oportunidades de sair da zona de conforto e gere aprendizagem e desafios. Como introduzir o uso de tecnologia para se comunicar com a família, jogos e etc.
Atribua responsabilidades ao idoso
Torne-o protagonista do seu cotidiano, participando-o de tomadas de decisões e eleja as tarefas que serão de sua responsabilidade. Mesmo em casos de demência ou algum outro tipo de comprometimento funcional, vale estar atento às possibilidades dele fazer algo que agrega à rotina de todos.
Estimule o máximo de autonomia possível. Por exemplo, se gostava de cozinhar, deixe com ele função de montar o cardápio do dia, ou fazer pequenas tarefas como separar o feijão ou lavar a verdura. Na medida do possível, mesmo que de forma supervisionada ou parcial, deixe o idosos responsável por escovar seus cabelos, escolher a roupa que vai usar, manusear os talheres nas refeições e etc.
Além de ser um bom exercício de auto cuidado, será uma forma de estimular motricidade, cognição, ajudará na auto estima e será uma forma de respeito e dignidade.
A ajuda de um profissional Terapeuta Ocupacional pode auxiliar nesta busca de potencialidades.
Cultura
Combinem filmes, revistas, jornais e livros que irão ver na semana. Além de um dia para debater e trocar impressões.
Músicas sempre são boas pedidas. Além de enriquecer o ambiente, podem trazer boas memórias, serem usadas para relaxamento e motivação.
Ambiente
Fica atento a possíveis obstáculos que possam limitar a funcionalidade do idoso, como móveis, prateleiras, degraus e tapetes. Privilegie ambientes claros, limpos, afetivos e acalentadores.
Desconfie se o idoso passar a ficar mais calado, entristecido ou irritado. Isso pode impactar na funcionalidade e relações interpessoais. Alterações de humor devem ser monitoradas e tratadas, quando necessário.
Em casos de idosos que apresentam rebaixamento de funções cognitivas, como atenção, memória e raciocínio, é indicado avaliação profissional para mapear os déficits e indicar a necessidade de Reabilitação Cognitiva. Porém, vale lembrar que manter o cérebro ativo ao longo da vida, exercitando diferentes habilidades, é importante para se ter uma boa reserva cognitiva na velhice e serve também como prevenção de declínios.